Sind-UTE denuncia: secretária de Educação discrimina parcela da categoria em Uberlândia
Escrito por CUT/MG
29-Mar-2012
Ana Lúcia Gazzola e APPMG tentam descaracterizar Sindicato como representante dos educadores
Num ato de flagrante discriminação, aliado à tentativa de descaracterizar o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) como representante legítimo da categoria, a secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazola, participou de reunião com diretores de escolas, supervisores e auxiliares de educação básica em Uberlândia, na última segunda-feira (26), para discutir a Lei Complementar número 100. Na visita, a secretária cumpriu agenda particular com a Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG) no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). Não foram convidados outros representantes da categoria, muito menos a direção do Sind-UTE/MG.
A agenda totalmente artificial reafirma o papel “pelego” da APPMG, que se presta ao papel de correia de transmissão do Governo Estadual, sem reivindicações efetivas de melhorias de salário e das condições de trabalho dos educadores. O mais grave: no encontro, a secretária, num teatro mal ensaiado, respondia apenas a perguntas dos participantes previamente selecionadas pela equipe da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberlândia.
A reunião teve outros aspectos vergonhosos. A secretária da Educação de Minas deixou sua agenda oficial de Governo em uma segunda-feira, dia em que deveria estar trabalhando para todos os servidores e não somente para uma parcela da categoria. E ela ainda fez várias acusações infundadas ao Sind-UTE/MG, numa estratégia para dividir a categoria. Os participantes não se deixaram enganar e, em várias intervenções, questionaram a situação dos servidores da Educação no Estado.
A fala da secretária Ana Lúcia Gazzola não condiz com ações recentes do governo Anastasia: fechamento de laboratórios nas escolas, demissão de trabalhadores, suspensão férias-prêmio, não pagamento do Piso Nacional e o desmonte o IPSEMG com cobranças impostas pelo governo sem consentimento do Sind-UTE.
O Sind-UTE convocou os servidores para participar da reunião por intermédio do seu site. E dirigentes do Sindicato conseguiram ter acesso ao encontro com convites fornecidos pelos companheiros. Ao ouvir os ataques da secretária contra o Sind-UTE, a coordenadora da entidade em Uberlândia, Elaine Cristina, pediu por várias vezes o direito de resposta, mas não atendida. Os organizadores justificaram a censura alegando que a agenda era particular. O vereador Professor Neivaldo (ex-coordenador do Sind-UTE) fez uma intervenção e esclareceu as pessoas presentes à reunião sobre a situação.
A servidora aposentada Neusa Chagas, no final palestra, desmentiu a carta enviada aos pais pelo Governo e questionou a secretária. A TV Integração gravou uma entrevista com Ana Lúcia Gazzola e, depois, com Neusa Chagas. Neusa se posicionou muito bem e mostrou toda a indignação da categoria em um evento unilateral com intuito de descaracterizar todas as conquistas e luta dos trabalhadores coordenados pelo Sind-UTE.
Atualizado em ( 29-Mar-2012 )
6 de abr. de 2012
13 de fev. de 2012
6 de jan. de 2012
Madrecor volta a suspender atendimento pelo Ipsemg/2012
Madrecor volta a suspender atendimento pelo Ipsemg
As consultas e cirurgias eletivas que estavam marcadas para os conveniados do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) em Uberlândia e cidades da região estão suspensas por tempo indeterminado no Hospital Madrecor, único credenciado ao órgão estadual na região. A paralisação do atendimento ocorreu na última segunda-feira (2) e, desde então, somente procedimentos de urgência e emergência estão sendo feitos. Esta é a segunda vez em três meses que os cerca de 20 mil conveniados do Ipsemg enfrentam este problema.
De acordo com uma fonte extraoficial do CORREIO de Uberlândia,
desta vez, a suspensão do atendimento ocorreu por divergências entre o hospital e o Ipsemg quanto à tabela de pagamento a ser aplicada. Até 2011, o Madrecor recebia pelos procedimentos valores referentes à tabela do convênio da Polícia Militar, que remunera melhor que a tabela do Ipsemg. Com a virada do ano, o órgão estadual divulgou uma nova tabela e exigiu que todos os credenciados a cumprissem. Esse seria o motivo do impasse.
O diretor técnico do Hospital Madrecor, Renato Spindel, disse que o Ipsemg foi informado sobre a paralisação do atendimento, mas não quis revelar o motivo do impasse. “Já conversamos com a presidência do Ipsemg e eles estão cientes da paralisação. Como os conveniados são deles, não temos obrigação nem direito de posicionar sobre o que está ocorrendo, o órgão deve fazer isso”, disse.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Ipsemg, “não existe nenhuma orientação para a paralisação do atendimento no hospital. De toda forma, na próxima semana, a assessora de políticas e regulação em saúde do órgão, Myriam Araújo, virá a Uberlândia para resolver o impasse”, afirmou.
Já a professora Lucimar de Sousa, 52, disse que se for preciso vai recorrer à Justiça. “Sempre paguei e nunca usei o convênio. Agora preciso fazer um exame que custa R$ 4 mil e não tenho condições de arcar com isso. Desde agosto estou tentando, mas a paralisação de outubro me impediu e agora outra vez”, disse.
*Após 15 dias de paralisação, uma reunião no Ministério Público Estadual (MPE) firmou um acordo entre as partes. O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Fernando Martins, que fez a recomendação para o retorno dos atendimentos, disse que “a interrupção abrupta demonstra comportamento inadmissível pelo ordenamento jurídico”
*Na segunda-feira (2), o atendimento voltou a ser suspenso
*O promotor de Justiça Fernando Martins foi procurado pela reportagem do CORREIO, mas segundo a assessoria do MPE, ele está de férias e retorna na segunda-feira (9)
De acordo com uma fonte extraoficial do CORREIO de Uberlândia,
desta vez, a suspensão do atendimento ocorreu por divergências entre o hospital e o Ipsemg quanto à tabela de pagamento a ser aplicada. Até 2011, o Madrecor recebia pelos procedimentos valores referentes à tabela do convênio da Polícia Militar, que remunera melhor que a tabela do Ipsemg. Com a virada do ano, o órgão estadual divulgou uma nova tabela e exigiu que todos os credenciados a cumprissem. Esse seria o motivo do impasse.
O diretor técnico do Hospital Madrecor, Renato Spindel, disse que o Ipsemg foi informado sobre a paralisação do atendimento, mas não quis revelar o motivo do impasse. “Já conversamos com a presidência do Ipsemg e eles estão cientes da paralisação. Como os conveniados são deles, não temos obrigação nem direito de posicionar sobre o que está ocorrendo, o órgão deve fazer isso”, disse.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Ipsemg, “não existe nenhuma orientação para a paralisação do atendimento no hospital. De toda forma, na próxima semana, a assessora de políticas e regulação em saúde do órgão, Myriam Araújo, virá a Uberlândia para resolver o impasse”, afirmou.
Conveniados se sentem prejudicados com a suspensão
Os conveniados do Ipsemg que foram surpreendidos pela nova paralisação de atendimentos eletivos no Hospital Madrecor, desde segunda-feira (2), buscam alternativas para resolver a situação. O professor aposentado José Nivaldo de Oliveira Ribeiro, 67 anos, tinha uma biópsia marcada para terça-feira (3), mas, no dia anterior, recebeu a notícia de que o procedimento seria adiado. Apreensivo com a situação, o aposentado deve pagar pelo exame, que custa R$ 650. “Recebi o diagnóstico de que estou com a próstata inchada e preciso verificar, não dá para esperar”, afirmou.Já a professora Lucimar de Sousa, 52, disse que se for preciso vai recorrer à Justiça. “Sempre paguei e nunca usei o convênio. Agora preciso fazer um exame que custa R$ 4 mil e não tenho condições de arcar com isso. Desde agosto estou tentando, mas a paralisação de outubro me impediu e agora outra vez”, disse.
Entenda o caso
*Em outubro do ano passado, o atendimento aos conveniados do Ipsemg foi paralisado no Hospital Madrecor. Na época, o órgão estadual, alegando contenção de despesas e reorganização da rede, vetou os atendimentos extrateto, que é de R$ 1,2 milhão*Após 15 dias de paralisação, uma reunião no Ministério Público Estadual (MPE) firmou um acordo entre as partes. O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Fernando Martins, que fez a recomendação para o retorno dos atendimentos, disse que “a interrupção abrupta demonstra comportamento inadmissível pelo ordenamento jurídico”
*Na segunda-feira (2), o atendimento voltou a ser suspenso
*O promotor de Justiça Fernando Martins foi procurado pela reportagem do CORREIO, mas segundo a assessoria do MPE, ele está de férias e retorna na segunda-feira (9)
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4 de out. de 2011
GREVE DA EDUCAÇÃO 2011
Entenda a Greve dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.
O Sind-UTE reafirma o seu compromisso com a Educação e, sobretudo com a Carreira dos Trabalhadores em Educação.
No dia 16 de julho de 2008 publica-se o Piso Nacional da Educação (lei 11.738/08). Esta lei representa o primeiro passo para a valorização dos trabalhadores em Educação do País de forma homogênea. Historicamente os trabalhadores em educação sofrem com as discrepâncias salariais em deferentes regiões do país, com a lei, estas diferenças seriam minimizadas pois teriam um PISO mínimo para guiarem os Entes Federais, estaduais e Municipais no pagamento dos Trabalhadores em Educação. A lei previa que os Estados e Municípios poderiam pagar 2/3 até final de 2008. Até 31 de dezembro de 2009 poderia incorporar as vantagens pessoais, mas em 01 de janeiro de 2010 o Piso deveria ser pago integralmente como vencimento básico.
Desde a sua publicação começou a intensa luta pela implementação do Piso Nacional para os Educadores, mas os Governadores de 05 estados ( Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio grande dos Sul, Bahia e Ceará) entraram com a ADI 4.167 para questionar a inconstitucionalidade da lei, com a legação que “quebrariam os Estados e Municípios”. Desde a sua aprovação a CNTE e (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Educação)e o Sind-UTE (Sindicato único dos Trabalhadores em Educação) têm cobrado a sua aplicação em todo o país, mas os governantes se recusavam a pagar pois a ADI 4167 não havia sido julgada e os desobrigava de pagar.
Foram duas greves em Minas Gerais: a de 2008 de 29 dias com algumas conquistas, mas não conseguimos fazer o enfrentamento com o governo e retornamos sem o PISO. Durante o ano de 2009 fizemos um grande trabalho de conscientização dos Trabalhadores em Educação para que a partir de 01 de janeiro de 2010 , quando o Piso deveria ser pago integralmente sem incluir vantagens pessoais, caso o governo não pagasse, iríamos deflagrar a greve. Aconteceu. Negociamos, paralisamos algumas vezes, mas o governo continuava negando o cumprimento de uma Lei Federal. Iniciamos a greve, agora de 47 dias, a maior dos últimos dez anos, milhares de trabalhadores nas ruas. Fomos surpreendidos pela lei eleitoral que colocava nossa mobilização na ilegalidade, a greve foi julgada ilegal, mesmo assim permanecemos por mais 15 dias na ilegalidade e conseguimos negociar o pagamento imediato dos dias parados e suspensão da multa diária de 50.000 reais. Ganhamos a liminar contra demissão de companheiros, mas o governo de Minas aproveitando da fragilidade do movimento, lançou para aprovação da Lei do Subsídio (lei 18.975 de 29 de junho de 2010). Por ter a maioria dos Deputados na base do Governo foi fácil aprovar a lei na íntegra como interessava o governo, prevendo um reajuste de 5% a partir de 01 de janeiro de 2011. Retornamos de cabeça erguida pelo enfrentamento direto com um Governo que não prioriza Educação, e continua na ilegalidade sem cumprir a Lei 11.738.
Chegou janeiro de 2011, anunciamos a terceira greve pela implementação do Piso Nacional Profissional da Educação: protocolamos a nossa pauta com o Governo, sentamos para negociar e nada, então, marcamos a data do início da greve para 08 de junho de 2010. GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO, conforme vontade da Categoria que aprovou durante a Assembleia dia 31/05/2011 em Belo Horizonte.
Com determinação do retorno somente com a aprovação do Piso Nacional da Educação de R$ 1.597,87 por uma jornada de 24 horas. Fizemos o debate com os trabalhadores para que optassem a saída imediata do modelo de remuneração do Subsídio, pois seria abrir mão da nossa carreira. Iniciamos a Greve num cenário Nacional com 09 Estados em Greve lutando pela implementação do Piso.
O governo, como era de esperar, defendendo o subsídio a qualquer custo e com um plano de mídia milionário anuncia que o Sind-UTE MENTE, que o Subsídio era superior ao Piso e não existia salários abaixo de R$ 1.320,00. Mostramos nosso contracheque e a população pode ver que quem mentia era o Governo. Fizemos um intenso diálogo com a categoria desde janeiro e depois de mais de 70 de greve, tivemos a primeira vitória contra o governo: 153.000 servidores fizeram a opção pela Carreira do Vencimento Básico representando 70% dos que tiveram direito de retornar. Novamente o Governo diz-se preocupado com a Greve e o prejuízo causados aos alunos que fariam o Enem e publica a contratação de substitutos para os grevistas do 3°ano do Ensino médio, mais uma vez na ilegalidade, desrespeitando o direito de greve. Segunda derrota do Governo: conseguimos mostrar para a sociedade o real quadro da educação em nosso Estado, onde não há profissionais suficientes nem habilitados para nos substituir. Os candidatos que apareceram denunciaram a verdade sobre a educação em Minas, onde faltam profissionais devido ao “desencanto” dos jovens em ingressar em uma carreira sem valorização profissional e mais, os candidatos que apareceram na sua maioria, profissionais de outras áreas querendo fazer “bico” na educação, como engenheiros, enfermeiros, agrônomos, etc. Denunciamos ainda, que o Governo de Minas não se “preocupa” com a Educação por ter retirado da Grade Curricular em 2008 dois conteúdos no 3° ano do Ensino Médio e um conteúdo no segundo ano, diminuindo assim, as chances dos alunos das Escolas Estaduais em concorrerem com alunos de escolas particulares às vagas das Universidades. O governo não conseguiu substituir todos os grevistas e com isso causou indignação nos demais companheiros que reagiram fazendo adesão ao movimento, a greve que já contava com 40% de adesão, sobe para 50% em poucos dias.
Mais uma vez o Governo tenta desqualificar o Sind-UTE como interlocutor da categoria e lança dia 23/08/2011 para toda mídia a proposta de reajuste no subsídio de 5% prevista para abril de 2012. Anuncia também, reabrir o portal para que as pessoas que estão na Carreira do Vencimento Básico façam a opção novamente para o Subsídio, alegando que a Carreira do Vencimento Básico era carreira extinta. Manobra política com o intuito de por fim ao movimento. Terceira derrota do governo: no dia 24/08/2011 publica-se a sentença de Constitucionalidade da lei 11.738 pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A partir daí começa as declarações do Governo já admitindo que “poderá” pagar Piso por ser uma lei Federal (Piso do MEC de R$1.187,00 por uma jornada de 40 horas) falando em proporcionalidade, mas somente para os 153.000 que retornaram para carreira do Vencimento Básico.
O Sind-UTE em assembléia dia 24/08/2011 aprova continuidade da greve geral por tempo indeterminado e próxima assembléia dia 31/08/2011.Os trabalhadores em Greve em sua 16ª assembléia dia 31 /08 aprova continuidade da greve geral por tempo indeterminado com assembléia no dia 08/09/2011 . O Governo fez uma proposta ridícula de 712,00 reais de Professores PEB 1 a PEB 4 acabando com os níveis verticais da carreira, ou seja, nivelando todos por baixo, desprezando a Escolaridade de cada um. O mais grave, a proposta apresentada contempla só professores, um absurdo! A educação não é composta só de professores. Devido a tudo isto A GREVE CONTUNUA...
O Sind-UTE junto com o Comando de Greve continua parando mais Escolas e a Greve se consolida em todo o Estado. Torna-se ponto de honra para os trabalhadores em Educação com adesão de várias cidades e novas Escolas que ainda não estavam no movimento. A Greve chega ao seu momento mais tenso, onde cada adesão de companheiros representa mais um soldado nesta batalha em defesa da Educação Pública Gratuita e de qualidade para todos e todas. Estamos intensificando as mobilizações e colocando a Greve na rua, pois temos que negociar pontos básicos de nossa mobilização, como retificação do Edital do Concurso previsto para o próximo ano, corte de ponto, pagamento imediato do Piso Nacional para todos os trabalhadores em educação sem distinção de opção (Subsídio/Piso) e outros.
A educação tem que resgatar o respeito e dignidade de uma profissão onde jovens se identifiquem com o sonho de poder modificar a sua própria realidade abraçando a docência como profissão. E nós trabalhadores em Educação continuaremos lutando para que os nossos Governantes tratem Educação como investimento e não como despesa, valorizando seus educadores e, sobretudo, respeitando os alunos que são os mais afetados pelo descaso e descompromisso do Governo de Minas Gerais com a Escola Pública.
Contamos com apoio de toda a sociedade neste levante de comoção Nacional pela valorização dos Trabalhadores em Educação. Um país sério se faz com profissionais bem remunerados e com perspectiva de uma carreira promissora.
A negociação se faz urgente, para isso termos que mostrar a nossa determinação e união em torno de um só objetivo que é a conquista do Piso Nacional da Educação para todos os trabalhadores em educação.
Só a luta garante conquistas!
Elaine Cristina Ribeiro
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Apoio à maior greve da Educação de MG
Gente simples,fazendo coisas pequenas,
em lugares pouco importantes,
consegue mudanças extraordinárias"
Provérbio Africano
UM APELO AOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE MINAS GERAIS – por Marilda e Abdon
Pela força do hábito, acordei neste 23 de setembro de 2011 às mesmas 6 horas da manhã – horário em que há quase 20 anos me coloco a postos, pronta para iniciar mais um dia de labuta na escola em que eu trabalho. Ainda meio sonolenta, fiquei, em pensamento, revivendo a rotina que, cotidianamente, cumpro apressada para não chegar atrasada e para conseguir assinar o ponto, pegar os diários e o material, esperar o sinal e ir para a sala de aula. A jornada tantas vezes vivida se encontra há mais de 100 dias interrompida, porque estamos em GREVE pelo cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional.
Conforme os minutos iam passando, angustiada logo de manhã por tantas coisas que me vinham à cabeça – ameaças e perseguições, repressão escancarada saltando das páginas dos livros de história e retornando à praça –, comecei a ouvir os alunos conversando, enquanto caminhavam em direção à escola, que fica bem próxima à minha casa. Já eram quase 7 horas. Uma tristeza imensa invadiu a minha alma. Sabia que em questão de minutos ouviria ecoar o sinal que marca o início de mais um dia letivo. A escola seguindo sua rotina, enquanto PARTE de seus LEGÍTIMOS TRABALHADORES batalham pelo DIREITO de TODOS, não a um rico salário, mas pelos menos ao mínimo de DIGNIDADE e RESPEITO à CARREIRA dos PROFESSORES.
Sempre que ouço aquela sirene, marcando o início e término de cada aula, a sensação de desamparo e indignação queima o meu rosto. Penso em todos os trabalhadores que estão com o PONTO CORTADO, pais e mães de família passando falta até de comida ou sobrevivendo da ajuda de parentes e amigos; contas de água e luz atrasadas; companheiros dormindo em barracas, protestando e sofrendo toda sorte de humilhação na ALMG. Uma vida, já tão sacrificada, agora completamente desorganizada. Como no filme Germinal, sinto-me destroçada pelos donos das minas, no caso, “de Minas”, que, por tudo que temos visto nos últimos dias, não é de seu povo, mas de meia dúzia de burocratas, bem alimentados de comida, mordomias e, sobretudo, de poder.
Recentemente aprendi que GREVE, antes de significar luta e resistência dos trabalhadores, na França, à época da revolução industrial, era um lugar às margens do Rio Sena, onde os trabalhadores se reuniam, dentre outras coisas, para contar piadas, conversar, desabafar. Com o tempo, o termo passou a significar mais do que um lugar. Passou a representar tomada de atitude, um chamado para a luta ou, mais profundamente, um chamado para a vida daqueles que acreditam que todos os SERES HUMANOS têm DIREITO a um TRATAMENTO JUSTO.
Mas o que é um SER HUMANO? Li, em algum lugar, que “ser humano também é um dever”. Não se nasce completamente humano. Nascemos com a potencialidade de vir a sermos humanos e para chegarmos a sê-lo completamente, é necessário, no contato com outros humanos, aprendermos a humanização. Certamente há inúmeros atributos que podem ajudar uma pessoa a cumprir o dever moral de SER HUMANO. Mas, inegavelmente, a SOLIDARIEDADE se encontra entre os mais importantes valores para a humanização.
Desconheço como os dicionários definem a solidariedade, mas entendo que se é solidário quando um ser humano se deixa tocar pela condição do outro. Penso, por conseguinte, que o avesso da solidariedade está em seguir adiante, como se nada estivesse acontecendo, por exemplo, quando companheiros de profissão fazem GREVE de FOME, na tentativa última e desesperada de fazer escutar aqueles que não querem sequer ouvir.
Que certas autoridades, equivocadamente chamadas de representantes do povo, não se sensibilizem com MARILDA e ABDON na ALMG, em GREVE de FOME, eu, mesmo indignada, posso até entender. Por tudo que tenho visto, não esperava que fosse diferente. Mas como compreender que PROFESSORES entrem na sala de aula, sigam a rotina escolar, assistam cabisbaixos a pessoas – sem nenhuma formação e muito menos convicção – assumirem as aulas dos profissionais que estão na luta como se fossem cargos vagos? Como compreender essa ausência total de sensibilidade e solidariedade?
Não, não é o conformismo que faz a história, menos ainda o medo e a covardia. Não é a indiferença que nos faz HUMANOS. E a GREVE já é mais que um lugar. É um CHAMADO PARA A VIDA. Qualquer que seja a condição individual de cada educador, nesse momento em que nossa luta chegou, não nos cabe nenhuma atitude HUMANA, que não seja a de nos solidarizarmos com MARILDA E ABDON. As autoridades podem fingir que não estão vendo. Os profissionais da educação NÃO podem. Há um grupo de pessoas em sofrimento e sacrifício pelo direito do coletivo. É chegada a hora de cada um colocar a mão na consciência e gritar NÃO à arrogância e intransigência desse DESGOVERNO. Com a força que somente os excluídos conhecem, que a sociedade mineira ouça nosso GRITO de protesto por uma vida humilhada, uma carreira destruída, uma profissão completamente desvalorizada! MARILDA E ABDON SOMOS TODOS NÓS.
Lucia Elena Pereira Franco Brito,
Professora de História.
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23 de set. de 2011
Aline Guerra - Professora do Renê Giannetti
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